A idéia deste blog é apenas repercutir alguns textos e imagens (não necessariamente inéditos, mas que me interessam) com o humilde desejo de compartilhar com pessoas que por ventura venham a se interessar também.
Entre meio a inúmeros compromissos reais e onlines, vez ou outra tentarei postar algo interessante por aqui. Desfrute!

24 de novembro de 2010

Amigo pá caralho

. Um simples amigo traz uma garrafa de vinho para sua festa.
. Um amigo de verdade chega cedo, ajuda a cozinhar e fica até mais tarde para te ajudar a limpar.
. Um amigo pá caralho faz tudo isso, e ainda bebe todas na sua festa, vomita no tapete da sua mãe e dorme atrás do sofá até segunda-feira pela manhã, quando a empregada o encontra.

. Um simples amigo odeia quando você liga depois que ele já se deitou.
. Um amigo de verdade pergunta por que você demorou tanto para ligar.
. Um amigo pá-caralho pergunta se você tá virando viado prá ligar aquela hora, te manda dormir e tomar no cú e fala para você ir curar tuas mágoas com cachaça.

. Um simples amigo procura você para conversar sobre seus próprios problemas.
. Um amigo de verdade procura você para te ajudar com os teus problemas.
. Um amigo pá-caralho procura você, te ajuda com os teus problemas e ainda te leva pra gandaia e paga todas.

. Um simples amigo, ao visitá-lo, age como uma visita.
. Um amigo de verdade abre a geladeira e serve-se sozinho.
. Um amigo pá caralho abre a geladeira, serve-se sozinho e ainda reclama que só tem Kaiser.

. Um simples amigo pensa que a amizade acabou depois de uma discussão.
. Um amigo de verdade sabe que não é amizade enquanto não teve a primeira briga.
. Um amigo pá caralho xinga você, chuta o seu cachorro e risca teu carro, mas tá tudo bem.

. Um simples amigo espera que você esteja sempre lá para ele. .
. Um amigo de verdade espera sempre estar lá, PRA VOCÊ !!!
. Um amigo pá-caralho te espera duas horas no bar até ficar revoltado. Vai até a sua casa, xinga você, chuta o teu cachorro e risca seu carro, tudo de novo.

12 de novembro de 2010

Viagem de Moto pela Estrada Real - MG






Viagem de moto por parte da Estada Real (Caminho dos Diamantes) em MG com o amigo Hugo – 7, 8, 9 e 10/Nov/2010

Hugo Cunha – Yamaha XT660
Mauricio Bianco – Honda Tornado 250
4 dias, 962 km, muitos lugares maravilhosos, muitos banhos de cachoeira e muita lama!

1° dia de viagem: BH, Sabará, Morro Vermelho, Caeté, Barão de Cocais, Cocais, Bom Jesus do Amparo, Ipoema, Nossa Senhora do Carmo, Itambé do Mato Dentro = 189 km. Pernoite em Itambé do Mato Dentro (Pousada da Ruth).

2°dia de viagem: Itambé do Mato Dentro, Morro do Pilar, Conceição do Mato Dentro, Córrego, Santo Antônio do Norte, Itapanhoacanga, Alvorada de Minas, Diamantina = 221 km. Pernoite em Diamantina (Pousada dos Cristais).

3º dia de viagem: Diamantina, Biribiri, Pinhero,Quebra Pé, Couto Magalhães, São Gonçalo do Rio Preto, Felício dos Santos, Pedra Menina, Matão, Coluna = 186 km. Pernoite em Coluna (casa da D Célia Aguiar e Sr Itamar).

4º dia de viagem: Coluna, São João Evangelista, Guanhães, Senhora do Porto, Dom Joaquim, Conceição do Mato Dentro, Três Barras, Serra do Cipó, Lagoa Santa, BH = 370 km. Chegada em casa debaixo de muita chuva!

27 de outubro de 2010

Educação dos nossos filhos


"Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim ele saberá o VALOR das coisas e não o seu PREÇO"

Autor: não sei

18 de outubro de 2010

Agora nosso papel é fiscalizar os eleitos

Ótima matéria do jornal Estado de Minas de 17/10/10 e apropriada para o período pós-eleições:

"Agora, é fiscalizar os eleitos

Depois da votação do dia 3, papel dos eleitores passa a ser o de monitorar o trabalho dos seus representantes no Legislativo. Melhor caminho para isso continua sendo pela internet

Alice Maciel

Depois de uma legislatura marcada por inúmeros escândalos envolvendo deputados federais, estaduais e senadores, o eleitor, que acabou de ir às urnas para escolher seus novos representantes, deve estar se perguntando: o que fazer agora para fiscalizar o trabalho dos candidatos eleitos? Pela internet, por meio de sites do Ministério Público, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos tribunais regionais eleitorais (TRE) e até da Câmara dos Deputados, do Senado e das assembleias legislativas, o cidadão pode acompanhar o desempenho dos parlamentares e denunciar, reivindicar os direitos, opinar e dar sugestões de projetos de lei. Para o diretor executivo da ONG Transparência Brasil, Cláudio Abramo, o papel fundamental do eleitor é procurar se informar.

“É comum dizer que o brasileiro vota mal. Mas de onde ele tira informações sobre os candidatos? A consciência do voto depende da qualidade da informação e, por isso, nosso papel é organizar e apresentar esses dados de forma inteligível para o eleitor, para que ele não fique perdido”, diz. O projeto Excelências, realizado pela ONG e disponível no site www.excelencias.org.br, é destacado pelo diretor como um meio para que o cidadão adquira informações sobre os parlamentares. Ele traz o histórico dos políticos brasileiros no Congresso, nas assembleias, nas câmaras de capitais e também dados sobre os governadores, num total de 2.368 políticos, além de relacionar reportagens sobre escândalos de corrupção.

Na opinião do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso, os brasileiros ainda não têm a cultura de participar da política do país, mas ele acredita que no futuro vai ser diferente. “As escolas hoje em dia estão ensinando mais sobre isso às crianças”, afirmou. Segundo ele, à medida que os parlamentares tiverem consciência de que os cidadãos estão monitorando suas ações, eles vão ficar mais preocupados na hora de cometer alguma irregularidade.

O ex-ministro considera de extrema importância para a democracia não só que os eleitores acompanhem o mandato do candidato pela internet, jornais, mas também se comunique em com eles. A Câmara dos Deputados tem o serviço ao cidadão. Basta um cadastro no site para o eleitor receber informações quinzenalmente via email sobre os deputados federais de seu interesse, tais como discursos, notícias, movimentação parlamentar, votações, proposições apresentadas e relatadas. O cidadão ainda pode se comunicar com o deputado por meio de um cadastro disponível na página.

Também na Câmara existe a ouvidoria parlamentar, responsável pela comunicação entre a Casa e a sociedade. Sugestões e críticas podem ser feitas por meio do ouvidor responsável – hoje, o deputado Mário Heringer (PDT-MG). Ele tem a função de encaminhar as manifestações ao presidente da Câmara, aos líderes dos partidos e aos parlamentares, para que tenham ciência da opinião da sociedade sobre determinado tema. A comunicação pode ser feita via e-mail ou por telefone. Todos esses serviços da Câmara estão disponíveis em uma página na internet criada para o cidadão chamada e-democracia. Nesse site, o interessado ainda tem acesso aos projetos de lei e pode participar de um fórum de discussão com diversos temas relacionados à Casa.

O Senado também dispõe de ferramentas para o cidadão acompanhar a atividade legislativa da Casa. Entre eles está o Fale com o Senado, em que o internauta pode enviar sua mensagem e ter acesso a opiniões de outras pessoas por meio do Voz do Cidadão.


Ficha Limpa As assembleias legislativas não fogem desta linha de comunicação com o cidadão. Elas oferecem ouvidorias e serviços para as pessoas mandarem mensagens, críticas, sugestões para os deputados. O ouvidor da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o deputado Wander Borges (PSB), afirmou que recebe todos os tipos de solicitação por meio da ouvidoria. “Desde sugestões para os deputados, informações em relação aos projetos em tramitação e ainda problemas pessoais”, disse.

O cientista político Rubens Figueiredo afirma que apesar de pesquisas mostrarem que mais de 50% dos eleitores esquecem em quem votaram depois que as eleições passam, ele acredita que a cultura da população brasileira em querer se informar e participar da política está aumentando. “Uma prova disso foi o projeto da lei Ficha Limpa, de iniciativa popular”, afirmou. Ele associa este avanço à maior facilidade de acesso à internet."

Como ficar de olho no seus representantes:

Câmara dos Deputados - www.edemocracia.camara.gov.br/publico
Senado - www.senado.gov.br
Assembléia de MG - www.almg.gov.br

Fonte: jornal Estado de Minas, Política, pág 8, 17/10/10

As mães não deveriam morrer - por Eliane Brum


Belíssimo texto de Eliane Brum em sua coluna semanal (18/10/10):

"Resta-nos o movimento que transforma dor em saudade

Uma amiga perdeu a mãe, de repente. A notícia me alcançou por e-mail, agora que a internet deixou o mundo pequeno. Estou longe, mas também aqui, neste lugar sem distância que é o mundo virtual. Mas com tempo veloz, em que uma hora pode ser um pretérito definitivo na disputa pela supremacia dos segundos. Como era antes, quando as notícias levavam meses para chegar e o mundo sobre o qual falavam já tinha inteiro se transmutado, quando as cartas eram sempre um retrato do passado? Agora tudo é agora. E os tempos se confundem de outro modo. Mas se confundem.

Senti tanto o desamparo da minha amiga, porque sei que as mães não deveriam morrer. Na mesma noite sonhei com meus mortos. Meu avô sentava-se com minha avó ao redor da mesa da cozinha como antes e como nunca, porque meu avô sabia que minha avó tinha morrido e eu sabia que meu avô tinha morrido uns 20 anos depois dela. E uma quarta pessoa, desconhecida de todos nós reunidos naquela cozinha, sabia que eu também já tinha morrido, numa outra época que ainda não chegou para mim. Mas comíamos bolinhos de chuva naquela mesa porque compreendíamos que, no curto espaço de existência, neste soluço entre o nascimento e a morte que pertence a cada um de nós, nem os sonhos devem ser desperdiçados. E ali, enquanto eu dormia num quarto de hotel, éramos uma impossibilidade lógica que conversava e que ria.

Quando perdemos alguém que amamos, a dor é tão extravagante que nos come vivos, como se fosse uma daquelas formigas africanas que vemos nos documentários da National Geographic. A dor está lá quando acordamos. Continua lá quando respiramos. Nos espreita do espelho diante do qual escovamos os dentes pela manhã com um braço que pesa uma tonelada. E, quando por um instante nos distraímos, crava seus dentes bem no coração. Neste longo momento depois da perda, sabemos mais dos buracos negros do que os astrônomos porque carregamos um dentro de nós. E arrancamos cada dia nosso do interior de sua boca ávida, com uma força que não temos, para que não nos sugue de dentro para dentro.

Devagar, bem devagar, muito mais devagar do que o mundo lá fora nos exige, o vazio vai virando uma outra coisa. Uma que nos permite viver. Descobrimos que nossos mortos nos habitam, fazem parte de nós, correm em nossas veias fundidos a hemácias e leucócitos. Que suas histórias estão misturadas com as nossas, que seus desejos se deixaram em nós. Que, de certo modo, somos muita gente, multidão. Como também nós seremos em muita gente, deixando, em cada um, ecos de diferentes decibéis e intensidades. Acolhemos então aquele que nos falta de uma forma que nunca mais nos deixará. Como saudade. E como saudade não poderá mais partir.

Somada, a vida humana é um rio barulhento de memórias no leito do tempo. Enquanto outras espécies sabem, sem que ninguém tenha ensinado, que precisam voar para o sul para não sucumbir no inverno ou que devem escalar dezenas de metros de uma árvore em busca da fêmea para se acasalar num momento preciso, nós perpetuamos lembranças. Não é uma intuição prática, no sentido ordinário do termo. Mas é tão vital quanto o acasalamento ou a fuga do inverno.

Assim como a natureza tece mil expedientes para perpetuar seus genes, pertençam eles a um chimpanzé ou a uma mosca; nós, cuja diferença evolutiva nos permitiu inventar a cultura e ser na cultura, perpetuamos a vida através da memória. Já que, para nós, não há vida sem a consciência da vida. Transmitimos as histórias, o conhecimento e os sentimentos dos que se foram, tanto como humanidade quanto como indivíduo, como se fossem parte de um DNA imaterial. Do contrário, seria impossível conviver com o privilégio de nossa espécie, a consciência do fim.

Quem não entende isso acha que, quando doamos as roupas e os objetos de quem amamos e se foi ou deixamos de chorar no cemitério, superamos a perda. Não acredito que exista superação no sentido do esquecimento. O que acontece é que compreendemos que aquela pessoa não estará mais no mundo externo, não pertence mais a ele. Mas também não é mais um vazio que grita como nos primeiros meses, às vezes anos. Ela agora mora no mundo de dentro, vive como memória nossa, em nós. E assim não está mais morta, mas viva de um outro jeito. É o que me ensina João, o homem que divide comigo a aventura arriscada de viver. De luto por sua própria mãe, percebo que a carrega nos olhos quando se maravilha com a novidade do mundo.

Ele me ensina que a vida dos mortos em nós não é possessão nem fantasma. Nem é morte. O mórbido é quando não conseguimos dar um lugar vivo para o morto. Então a memória fica pregada naquele momento de horror e a vida se torna impossível, porque a existência não é água parada, mas rio que corre. Acontece quando alguém, pelos mais variados motivos, não consegue fazer o luto e dar um lugar de saudade para a dor. Quando nos fixamos, num dogma ou numa falta, partes importantes de nós gangrenam. Mas quando os mortos se acomodam em nós como lembrança que muda segundo o viver de quem vive, tudo flui. Se há algo que a vida é em essência é movimento. E o luto é um movimento que reabre as portas para a vida ao romper com a rigidez da morte em nós. Por isso, para o luto não pode haver pressa, porque é grande e largo o gesto que temos de fazer acima e apesar do horror que nos atinge até mesmo em partes que nem sabíamos que existiam.

Quando perdeu a mãe, João compreendeu por completo a poesia que Carlos Drummond de Andrade escreveu para a poeta Ana Cristina Cesar, que se suicidou aos 31 anos atirando-se pela janela do 13° andar. Ela fala da diferença entre falta e ausência. “Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim.” É isso. A ausência não é falta. Ou, dito de outro modo, a falta nos come vivos. A ausência, por paradoxal que pareça, nos preenche.

Há um filme de extraordinária beleza sobre a perda, a saudade e o lugar dos mortos em nós. Chama-se “Hanami – Cerejeiras em flor” (Doris Dörrie, 2008 – Alemanha/França). Passou nos cinemas, ainda resiste numa sala ou outra, mas já assisti ao filme na TV por assinatura. Se você encontrar este nome na programação, não deixe de ver. Feche as cortinas, proteja-se do barulho da rua, programe-se para algo especial. O filme conta a história de um homem que não gosta de sair da rotina em sua viagem mais longa e menos previsível. Ele parte em busca de sua mulher e só a encontra quando descobre que ela está dentro dele, nos gestos dele, no corpo e nos olhos que ele empresta a ela. É um filme sobre a morte que nos leva ao único lugar onde vale a pena chegar, à vida.

Quando sofremos uma grande perda ou somos abalroados por uma catástrofe pessoal de outro gênero, as pessoas dizem, para nos consolar e com as melhores intenções, que tudo passa. Acho que, na verdade, nada passa. A frase mais precisa seria que tudo muda. Também nós que aqui estamos como matéria um dia seremos apenas eco. Tanto pelas nossas células que alimentam e se agregam a outros seres vivos a partir da decomposição de nosso corpo como pelas histórias que transmitimos e permanecem além de nós. Aquela que fui ontem já mudou, a ruga que há um ano não existia agora é visível na pálpebra direita, minha percepção do mundo não é mais exatamente a mesma do mês passado, alterada por novas experiências que me alargaram. De certo modo, nascemos e morremos tantas vezes até o fim da vida. E é este o movimento que importa.

Queria dizer isso à amiga que perdeu a mãe de repente. Mas agora minha amiga ouve, mas não pode escutar. A dor a está comendo viva como as formigas africanas. Tudo é horror e absoluto. Mas com o tempo, um período só dela e que não pode ser determinado em parte alguma nem por ninguém, minha amiga vai começar a perceber que a mãe é uma ausência presente no formato das suas unhas, num certo jeito de mexer a cabeça quando fala, na tonalidade rara dos olhos. Está nas palavras e nas histórias que conversam dentro dela, na mitologia familiar que se perpetua, nos sons da memória. E então poderá reencontrar a mãe dentro dela. E levá-la para passear.

E, num dia que sempre chega, viverão as duas como história, como cacos de lembranças encaixados em diferentes rearranjos de vitrais, na vida dos que vieram depois. É pouco, talvez. É tudo o que temos."

(Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)

Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI180063-15230,00-AS+MAES+NAO+DEVERIAM+MORRER.html

24 de setembro de 2010

Ficha Limpa



Tenha presente os nomes dos Ministros do STF que votaram contra o Ficha Limpa, em 23 e 24/09/10, ao qual 85% da população brasileira apoia:

VOTARAM CONTRA: Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Cezar Peluso.

VORATAM A FAVOR: Carmén Lúcia, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Ellen Gracie e Carlos Ayres Britto.


E a afirmação honesta do Ministro Gilmar Mendes: “A corte não pode ceder ao populismo jurídico, e se a iniciativa popular tornar inútil nossa atividade, melhor é fechar esse tribunal”. É isso aí, Meritíssimo, se for pra dar mais vida aos fichas sujas, é melhor fechar esse boteco!

23 de agosto de 2010

Aviso na porta do terapeuta

Este alerta está colocado na porta de um espaço terapêutico.


O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza
O coração enfarta quando chega a ingratidão.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a"criança interna" tiraniza.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.

Preste atenção!

O plantio é livre, a colheita, obrigatória ... Preste atenção no que você esta plantando, pois será a mesma coisa que irá colher!!

30 de julho de 2010

26 de julho de 2010

VENDO MEU JEEP


Suzuki Grand Vitara TDI
2001/2002, preta
Diesel
Funcionado perfeitamente (todos os problemas da luz de check engine resolvidos com Licharles - Botucatu)
Contato: mbianco@tizumba.com




21 de julho de 2010

6 de julho de 2010

Editorial de La Nación - 3/07/10

Excelente editorial de diario argentino La Nacion ante la clasificacion de Uruguay en el Mundial 2010


Una gran alegría celebrada en el Uruguay!!





URUGUAY ENTRE LOS CUATRO MEJORES DEL MUNDO
Diario la Nación
Un país que no llega a los tres millones y medio de habitantes amargó a todo un continente africano, le quitó la ilusión y le robó la alegría. Otra vez, como hace 60 años en el Maracaná, unos centenares de personas celebran a costa de la decepción de millones. Ese es el sentido de la epopeya futbolística que predica Uruguay.
La gran mayoría de las 84.000 personas que ayer estuvieron en el Soccer City se volcaron a favor de Ghana, el único representante de África con posibilidades de cambiar la historia y alcanzar por primera vez las semifinales.
Después de 120 minutos y la tanda de penales, el visceral grito de "¡Vamos, Uruguay!" tapó a las ensordecedoras vuvuzelas. A los africanos no les quedaba aliento ni para suspirar, mientras todo el plantel y el cuerpo técnico uruguayo armaba una celebración bien rioplatense, de saltos y cánticos, junto a los 2000 uruguayos que estaban en la platea baja. La garra charrúa convocó a los viejos duendes, pidió que le prestaran atención como hacía mucho tiempo no ocurría. Si, en definitiva, el candombe tiene raíces africanas, y en América del Sur no hay país que lo lleve más adentro que Uruguay.
El seleccionado de Tabárez ya se sentía con buena estrella en este Mundial. Incluso antes de conseguir esta inolvidable clasificación a las semifinales después de 40 años. El equipo se iba encontrando y el espíritu crecía. Después de mucho tiempo había frenado esa sensación de pesimismo. Nunca perdió el orgullo, pero Uruguay no se ponía de acuerdo y vivía evocando hazañas y rumiando por el presente.
Desde ayer se puede decir que dio una vuelta de página. A su estilo, a su manera, con ese sentido de la épica que le viene de antaño. En el fútbol, todo puede pasar. Nada puede darse por descontado. El emocionante partido de ayer lo ratificó. Mucho de lo que ocurrió excede la crónica deportiva. Es material de cuento, de piezas literarias. Explicarlo de manera cartesiana es despojarlo de lo más sabroso, de lo insólito, de lo increíble.
Un jugador que se va expulsado se transforma en salvador, en héroe. A Uruguay le pesaban las piernas, pero le respondía el alma. El último esfuerzo en ataque lo hacía Ghana; la entrega sin claudicaciones en defensa la corporizaba Uruguay, que había visto cómo sus mejores momentos (los primeros 25 minutos, buena parte del segundo tiempo) no le alcanzaban para ir más allá del empate. Iba el minuto 120, y ambos equipos se habían vaciado, habían jugado con gran dignidad. Vino un tiro libre a favor de Ghana en forma de centro desde la derecha; en el área de Uruguay se produjo algo parecido a una revolución, con centro en una pelota ingobernable y un montón de jugadores dudosos de estar ocupando el lugar adecuado.
Uruguay tenía uno sobre la línea del arco, no enviado precisamente por el Maestro Tabárez, sino más bien por Dios. Era el centrodelantero Luis Suárez, al que el imprevisible arquero Kingson (se podía esperar de él la atajada más milagrosa como el error más burdo) le había tapado no menos de cuatro remates de gol. Con Muslera fuera de acción, deambulando en una montonera de jugadores, Suárez primero rechazó con las piernas un remate de Appiah. La pelota le cayó a Adiyiah, que definió alto, como para eliminar la oposición de Suárez, que quizá comprendió que para que Uruguay tuviera la posibilidad de seguir él debía sacrificarse. Y lo hizo: metió las manos para despejar el tiro.
Un golazo de tiro libre de Forlán (el tiro libre mejor tirado del mundial) el temperamento general para absorber la adversidad de no tener a la pareja central titular (Godín y Lugano)
Uruguay también se había quedado sin Suárez y Lugano, dos fijos para los penales. La clasificación tenía algo de milagroso. Alguna vez lo dijo el escritor Eduardo Galeano: "Uruguay tiene dos milagros: el fútbol y la literatura. ¿Cómo puede ser que un país que tiene la población de un barrio de Buenos Aires o San Pablo haya ganado dos campeonatos olímpicos y dos mundiales? Es inexplicable". Tanto como que también haya enmudecido al bullicioso continente africano.

Es explicable porque su espíritu luchó hasta el final!
Fue el espíritu de Dios !

3 de julio de 2010

1 de maio de 2010

Club del Disco

Como funciona?
Você recebe um disco por mês em sua casa, de artistas argentinos e redondezas. Discos inesperados, bons e raros, difíceis de conseguir; que não são exatamente de um único gênero musical. Discos de autores bem peculiares, que parecem fazer exatamente o que querem. Obras que perduram no tempo. Discos de qualidade.

Para ser sócio?
Custo de $4 mensais + o valor promocional dos discos, que pode variar (são valores beeeeem abaixo do mercado).

Fonte: http://clubdeldisco.com/sitio/

29 de abril de 2010

Lenda do tambor africano



Dizem na Guiné que a primeira viagem à Lua foi feita pelo Macaquinho de nariz branco. Segundo dizem, certo dia, os macaquinhos de nariz branco resolveram fazer uma viagem à Lua a fim de trazê-la para a Terra. Após tanto tentar subir, sem nenhum sucesso, um deles, dizem que o menor, teve a ideia de subirem uns por cima dos outros, até que um deles conseguiu chegar à Lua. Porém, a pilha de macacos desmoronou e todos caíram, menos o menor, que ficou pendurado na Lua. Esta lhe deu a mão e o ajudou a subir. A Lua gostou tanto dele que lhe ofereceu, como regalo, um tamborinho. O macaquinho foi ficando por lá, até que começou a sentir saudades de casa e resolveu pedir à Lua que o deixasse voltar. A lua o amarrou ao tamborinho para descê-lo pela corda, pedindo a ele que não tocasse antes de chegar à Terra e, assim que chegasse, tocasse bem forte para que ela cortasse o fio. O Macaquinho foi descendo feliz da vida, mas na metade do caminho, não resistiu e tocou o tamborinho. Ao ouvir o som do tambor a Lua pensou que o Macaquinho houvesse chegado à Terra e cortou a corda. O Macaquinho caiu e, antes de morrer, ainda pode dizer a uma moça que o encontrou, que aquilo que ele tinha era um tamborinho, que deveria ser entregue aos homens do seu país. A moça foi logo contar a todos sobre o ocorrido. Vieram pessoas de todo o país e, naquela terra africana, ouviam-se os primeiros sons de tambor.
Autor: Fernando Vale
Extraído de: Contos tradicionais dos países lusófonos

fonte:http://www.arnug.com/mep/?page_id=192

22 de abril de 2010

Mauricio Bianco no Feito em Casa - Rádio Inconfidência FM 100,9 BH


No último dia 19/04/10 foi ao ar, pela Rádio Inconfidência FM, 100,9 Brasileiríssima em BH o programa semanal Feito em Casa, que nessa edição fui eu quem escolhi as músicas.
No sábado, 24/04, às 11h tem reprise.

Se estiver a fim de escutar as músicas instrumentais brasileiras que separei para esse Feito em Casa, antene-se na 100,9 FM. Dá pra escutar pela net também: www.inconfidencia.com.br

Informações completas sobre a seleção da programação: http://actambormineiro.blogspot.com/

6 de abril de 2010

Grupo Tambor Mineiro - Sá Rainha

http://www.youtube.com/watch?v=qTs6KPGqj8w

Marcelo Bicalho - grande artista mineiro

Para quem não conhece ainda, sugiro fortemente conhecer o trabalho em papel do artista mineiro, Marcelo Bicalho.
Uma linda experiência da obra dele pode ser conferida na instalação Cosmogonias no Espaço TIM UFMG do Conhecimento (Pça da Liberdade, s/n, BH/MG, Brasil).
O cara é fantástico!

http://www.marcelobicalho.blogspot.com/

2 de abril de 2010

Em clima de Páscoa ... a história do coelho maluco!

O coelho vinha correndo pela floresta quando viu uma girafa acendendo um baseado, então ele parou e disse: - E aí dona girafa, tudo bem? Pare de fumar isso aí e vamos correr pela floresta, você vai ver como vai ficar em forma. A girafa pensou por um segundo, jogou o cigarro fora e foi correr com o coelho. Pouco mais à frente eles encontraram um urso cheirando cola. Eles se olharam e foram conversar com o Urso: - Ô urso, deixa disso! Se livra disso aí e venha correr com a gente para ficar em forma. O urso colocou a lata de cola do lado e foi correr com eles e juntos encontram um elefante cheirando cocaína; logo foram conversar com ele e o coelho mais uma vez foi a frente: - Ô elefante, não perca seu tempo com isso! Vamos entrar em forma correndo pela floresta, joga isso fora! O elefante pensou um pouco, mas resolveu se juntar ao grupo, que metros depois encontrou o leão injetando heroína. Mais uma vez nosso amigo coelho se lançou a frente e disse: - Ô leão, pare de fazer isso e vamos entrar em form.... Nem terminou de falar e levou uma patada do leão. Os outros animais revoltados perguntaram: - Você está louco? Por que fez isso??? O leão respondeu : - Toda vez que esse coelho filho da puta toma um ecstasy ele me faz correr feito um idiota pela floresta.

8 de março de 2010

Las Mujeres de mi Generación

Hoje recebi o texto abaixo do escritor chileno Luís Sepúlveda, enviado por uma amiga e achei propício compartilhá-lo neste dia!


Las mujeres de mi generación abrieron sus pétalos rebeldes
No de rosa, camelias, orquídeas u otras yerbas
De saloncitos tristes, de casitas burguesas, de costumbres añejas
sino de yuyos peregrinos entre vientos.

Las mujeres de mi generación florecieron en las calles,
Y en las aulas argentinas, chilenas o uruguayas supieron lo que tenían
que saber para el saber glorioso de las mujeres de mi generación.

Minifalderas en flor de los setenta
Las mujeres de mi generación no ocultaron ni las sombras
de sus muslos que fueron los de Tania
Erotizando con el mayor de los calibres
los caminos duros de la cita con la muerte
Porque las mujeres de mi generación
bebieron con ganas del vino de los vivos
acudieron a todas las llamadas
y fueron dignidad en la derrota.

En los cuarteles las llamaron putas y no las ofendieron
porque venían de un bosque de sinónimos alegres:
Minas, Grelas, Percantas, Cabritas, Minones, Gurisas,
Garotas, Jevas, Zipotas, Viejas, Chavalas, Señoritas
hasta que ellas mismas escribieron la palabra Compañera
en todas las espaldas y en los muros de todos los hoteles
Porque las mujeres de mi generación nos marcaron con el fuego indeleble
de sus uñas la verdad universal de sus derechos.

Conocieron la cárcel y los golpes
Habitaron en mil patrias y en ninguna
Lloraron a sus muertos y a los míos como suyos
Dieron calor al frío y al cansancio deseos
Al agua sabor y al fuego lo orientaron por un rumbo cierto.
Las mujeres de mi generación parieron hijos eternos
Cantando Summertime les dieron teta
Fumaron marihuana en los descansos
Danzaron lo mejor del vino y bebieron las mejores melodías
Porque las mujeres de mi generación
Nos enseñaron que la vida no se ofrece a sorbos compañeros
Sino de golpe y hasta el fondo de las consecuencias.

Fueron estudiantes, mineras, sindicalistas, obreras,
artesanas, actrices, guerrilleras, hasta madres y parejas
en los ratos libres de la Resistencia.
Porque las mujeres de mi generación sólo respetaron los límites
que superaban todas las froteras.
Internacionalistas del cariño brigadistas del amor
comisarias del decir te quiero
milicianas de la caricia.

Entre batalla y batalla
Las mujeres de mi generación lo dieron todo
Y dijeron que eso era apenas suficiente.
Las declararon viudas en Córdoba y en Tlatelolco
Las vistieron de negro en Puerto Montt y Sâo Paulo
Y en Santiago, Buenos Aires o Montevideo fueron las únicas estrellas
de la larga lucha clandestina.
Sus canas no son canas sino una forma de ser para el qué hacer que les espera.
Las arrugas que asoman en sus rostros dicen he reído y he llorado y
volvería a hacerlo.

Las mujeres de mi generación
Han ganado algunos kilos de razones que se pegan a sus cuerpos
Se mueven algo más lentas, cansadas de esperarnos en las metas.
Escriben cartas que incendian las memorias
Recuerdan aromas proscritos y los cantan.
Inventan cada día las palabras y con ellas nos empujan
Nombran las cosas y nos amueblan el mundo
Escriben verdades en la arena y las ofrendan al mar
Nos convocan y nos paren sobre la mesa dispuesta.

Ellas dicen pan, trabajo, justicia, libertad
Y la prudencia se transforma en vergüenza.
Las mujeres de mi generación son como las barricadas:
protegen y animan, dan confianza y suavizan el filo de la ira.
Las mujeres de mi generación son como un puño cerrado que resguarda
con violencia la ternura del mundo.
Las mujeres de mi generación no gritan porque ellas derrotaron al silencio.
Si algo nos marca, son ellas.
La identidad del siglo son ellas.

Ellas: la fe devuelta, el valor oculto en un panfleto
el beso clandestino, el retorno a todos los derechos
Un tango en la serena soledad de un aeropuerto
un poema de Gelman escrito en una servilleta
Benedetti compartido en el planeta de un paraguas
los nombres de los amigos guardados con ramitas de lavanda
Las cartas que hacen besar al cartero
Las manos que sostienen los retratos de mis muertos
Los elementos simples de los días que aterran al tirano
La compleja arquitectura de los sueños de tus nietos.

Lo son todo y todo lo sostienen
Porque todo viene con sus pasos y nos llega y nos sorprende.
No hay soledad donde ellas miren
Ni olvido mientras ellas canten.
Intelectuales del instinto, instinto de la razón
Prueba de fuerza para el fuerte y amorosa vitamina del débil.
Así son ellas, las únicas, irrepetibles, imprescindibles
sufridas, golpeadas, negadas pero invictas
Mujeres de mi generación.

Luís Sepúlveda
1999

7 de março de 2010

Pedir paz sem justiça é utopia.

16 de fevereiro de 2010

Banda Eddie

Carnaval Outside


Muito bem este carnaval. O que mais estou escutando, além de um pouco de rock n' roll, são os passarinhos aqui em casa!

12 de fevereiro de 2010

Carnaval em BH










Dicas do amigo Gabriel para o carnaval de rua de BH:

Sábado, dia 13

- 10h, BLOCO DA PRAIA DA ESTAÇÃO, concentração na Praça da Estação com percurso chegando na Prefeitura de Belo Horizonte, na Avenida Afonso
Pena.

- 16h, BLOCO DO APROACH (do Proa), no Brasil 41, Avenida Brasil, 41, Santa Efigênia.

Domingo, dia 14

- 14h, TICO TICO SERRA COPO NA SAPUCAÍ, concentração no coreto do Parque Municipal com percurso até a Rua Sapucaí.
http://blocodaserra.blogspot.com/

Segunda, dia 15

- 16h, bloco os FILHOS DA TCHATCHA, concentração na Rua Dores do Indaiá
com Rua Bocaiúva, no Santa Tereza, com descida até o Bar do Seu Orlando.

Terça, dia 16

- 15h30, BLOCO DO PEIXOTO, concentração na praça do Colégio Arnaldo,
com percurso até a praça Floriano Peixoto, no Santa Efigênia.
http://blocodopeixoto.blogspot.com/

- 23h00, UMA NOITE PELO SAMBA, com Rafa no som (samba de raiz), n'A Obra.

Sábado, dia 20 (pós-carnavália)

- coming soon...

11 de fevereiro de 2010

Praia da Estação (BH/MG)


A Praia da Estação é um protesto bem humorado contra o decreto nº 13.798 da Prefeitura de BH que proibiu, a partir de 1º de janeiro de 2010, a realização de eventos de qualquer natureza na Praça da Estação, em Belo Horizonte/MG.
Há vários links com vídeos divertidos: http://okm.me/1IEb

Abaixo a música de Mauricio Tizumba sobre a Praia da Estação:

RECADO DO TIZUMBA

salve a todos os banhistas estou fora da cidade mas numas proximas irei a praia com vocês.

queria estar com vocês nessa praia tomando sol, mas não posso
queria ter meu povo belorizontino livre na praça, mas não posso
queria ver o Arrudas e toda periferia de BH limpa, mas não posso
queria muito mais, um Belo Horizonte sem racismo, mas não posso
queria um instante a bela serra do curral não violada, já não posso
queria andar no arco do viaduto de Santa Teresa, não devo, não posso
queria nadar la na Lagoa Pampulha também, não devo e não posso
queria uma avenida do Contorno que nem linha verde, não posso
queria caminhar pelo centro sem medo de violência, mas não posso
queria poder alguma coisa, mas querer não é poder, então não posso
queria mesmo agora, arrependido, era poder desvotar, mas não posso.

boa praia para todos
com carinho e ngunzu
Tizumba.

12 de janeiro de 2010

Dicas de sites com boas e raras músicas para baixar

http://umquetenha.org/uqt/
http://euovo.blogspot.com/
http://loronix.blogspot.com/
http://toque-musicall.blogspot.com/
http://cabanadopai.blogspot.com/
http://umamusicapordia.blogspot.com/
http://gringo-musicadaboa.blogspot.com/
http://abracadabra-br2.blogspot.com/
http://discotecanacional.blogspot.com/

11 de janeiro de 2010

"Queremos Uruguai cheio de engenheiros, filósofos e artistas", Pepe Mujica




O presidente eleito do Uruguai, José "Pepe" Mujica, reuniu-se com um grupo de intelectuais em dezembro de 2009 e fez alguns pedidos a eles: que contagiem todo o povo uruguaio com o olhar curioso sobre o mundo, que está no DNA do trabalho intelectual, e com o inconformismo. Mujica propõe também uma revolução na educação. "Escolas de tempo completo, faculdades no interior, ensino superior massificado. E, provavelmente, inglês desde o pré-escolar no ensino público. Porque o inglês não é idioma falado pelos ianques; é o idioma com o qual os chineses conversam com o mundo. Não podemos ficar de fora".

Pepe Mujica

Discurso proferido em dezembro de 2009 pelo presidente eleito da República do Uruguai, José Alberto Mujica Cordano (El Pepe), dirigente histórico e fundador do Movimento de Libertação Tupamaros:

"A vida tem sido extraordinariamente generosa comigo. Ela me deu inúmeras satisfações, mais além do que jamais me atrevera a sonhar.

Quase todas são imerecidas. Mas nenhuma é mais que a de hoje: encontrar-me aqui agora, no coração da democracia uruguaia, rodeado de centenas de cabeças pensantes.

Cabeças pensantes! À direita e à esquerda. Cabeças pensantes a torto e a direito, cabeças pensantes para atirar para cima.

Vocês se lembram do Tio Patinhas, o tio milionário do Pato Donald que nadava em uma piscina cheia de moedas? Ele tinha uma sensualidade física pelo dinheiro.

Gosto de me ver como alguém que gosta de tomar banho em piscinas cheias de inteligência alheia, de cultura alheia, de sabedoria alheia.

Quanto mais alheia, melhor. Quanto menos coincide com meus pequenos saberes, melhor.

O semanário Búsqueda tem uma frase charmosa que usa como insígnia:

“O que digo, não o digo como homem sabedor, mas sim buscando junto com vocês”.

Por uma vez estamos de acordo. Sim, estaremos de acordo.

O que digo, não o digo como chacareiro sabichão, nem como trovador ilustrado. Digo-o buscando com vocês.

O digo, buscando, porque só os ignorantes acreditam que a verdade é definitiva e maciça, quando ela é apenas provisória e gelatinosa. É preciso buscá-la porque ela anda correndo brincando de esconde-esconde. E pobre daquele que empreenda essa caça sozinho. É preciso fazê-la com vocês, com aqueles que fizeram do trabalho intelectual a razão de sua vida. Com os que estão aqui e com os muito mais que não estão.

De todas as disciplinas
Se olharem para trás, seguramente encontrarão algumas caras conhecidas porque se trata de gente que trabalha em espaços de trabalho afins. Mas vão encontrar muito mais rostos desconhecidos porque a regra desta convocação foi a heterogeneidade.

Aqui estão os que se dedicam a trabalhar com átomos e moléculas e os que se dedicam a estudar as regras da produção e da troca na sociedade. Há gente das ciências básicas e de sua quase antípoda, as ciências sociais: gente da biologia e do teatro, da música, da educação, do direito e do carnaval. Há gente da economia, da macroeconomia, da microeconomia, da economia comparada e até alguns da economia doméstica. Todas cabeças pensantes, mas que pensam distintas coisas e podem contribuir desde suas distintas disciplinas para melhorar este país.

E melhorar este país significa muitas coisas, mas entre as prioridades que queremos para esta jornada, melhorar o país significa impulsionar os processos complexos que multipliquem por mil o poderio intelectual que aqui está reunido. Melhorar o país significa que, dentro de vinte anos, o Estádio Centenário não seja suficiente para abrigar um ato como este, pois o Uruguai estará cheio, até as orelhas, de engenheiros, filósofos e artistas.

Não é queiramos um país que bata os recordes mundiais pelo puro prazer de fazê-lo. É porque está demonstrado que, uma vez que a inteligência adquira um certo grau de concentração em uma sociedade, ela se torna contagiosa.

Inteligência distribuída
Se, um dia, lotarmos estádios de gente formada será porque, na sociedade, haverá centenas de milhares de uruguaios que cultivaram sua capacidade de pensar. A inteligência que traz riqueza para um país é a inteligência distribuída. É a que não está só guardada nos laboratórios ou na universidade, mas sim anda pela rua. A inteligência que se usa para plantar, para tornear, para manejar uma máquina, para programar um computador, para cozinhar, para atender bem um turista é a mesma inteligência. Alguns subiram mais degraus do que outros, mas se trata da mesma escada.

E os degraus de baixo são os mesmos para a física nuclear e para o manejo de um campo. Para tudo é preciso o mesmo olhar curioso, faminto de conhecimento e muito inconformista. Acabamos sabendo porque antes ficamos incomodados por não saber. Aprendemos porque temos comichão e isso se adquire por contágio cultural desde quando abrimos os olhos ao mundo.

Sonho com um país onde os pais mostrem a pastagem a seus filhos pequenos e digam: “Sabem o que é isso? É uma planta processadora da energia do sol e dos minerais da terra”. Ou que lhes mostrem o céu estrelado e façam com que pensem nos corpos celestes, na velocidade da luz e na transmissão das ondas. E não se preocupem que esses pequenos uruguaios vão seguir jogando futebol. Só que, lá pelas tantas, enquanto vêem a bola picar, podem pensar ao mesmo tempo na elasticidade dos materiais que a fazem rebotar.

Capacidade de interrogar-se
Havia um ditado: “Não dê peixe a uma criança, ensina-a a pescar”.

Hoje deveríamos dizer: “Não dê um dado a uma criança, ensina-a a pensar”.

Do jeito que vamos, os depósitos de conhecimento não vão estar mais situados dentro de nossas cabeças, mas sim fora, disponíveis para buscá-los na internet. Aí vai estar toda a informação, todos os dados, tudo o que se sabe. Em outras palavras, aí vão estar todas respostas. Mas não vão estar todas as perguntas. O diferencial vai estar na capacidade de se interrogar, na capacidade de formular perguntas fecundas, que provoquem novos esforços de investigação e aprendizagem.

E isso está bem no fundo, marcado quase no nosso de nossa cabeça, tão fundo que quase não temos consciência.

Simplesmente aprendemos a olhar o mundo com um sinal de interrogação e essa se torna nossa maneira natural de olhar para o mundo. Adquirimos essa capacidade muito cedo e ela nos acompanha por toda a vida. E, sobretudo, queridos amigos, ela contagia.

Em todos os tempos foram vocês, os que se dedicam à atividade intelectual, os encarregados de espalhar a semente. Ou para dize-lo em palavras que nos são muito caras: vocês têm sido os encarregados de acender a necessária inquietação.

Por favor, vão e contagiem. Não perdoem a ninguém.

Necessitamos de um tipo de cultura que se propague no ar, entre os lugares, que se cole nas cozinhas e até nos banheiros. Quando conseguirmos isso, teremos ganho a partida quase para sempre. Porque se quebra a ignorância essencial que enfraquece muita gente, uma geração após a outra.

O conhecimento é prazer
Precisamos, antes de mais nada, massificar a inteligência, para nos tornarmos produtores mais potentes. Isso é quase uma questão de sobrevivência. Mas nesta vida não se trata só de produzir: também é preciso desfrutar. Vocês sabem melhor do que ninguém que, no conhecimento e na cultura, não há só esforço, mas também prazer.

Dizem que as pessoas que correm pelas ruas chegam num ponto em que entram numa espécie de êxtase onde já não existe o cansaço e só fica o prazer. Creio que ocorre o mesmo com o conhecimento e a cultura. Chega um ponto onde estudar, investigar e aprender já não é um esforço, mas um puro deleite.

Que bom seria que esses manjares estivessem a disposição de muita gente! Que bom seria se, na cesta de qualidade de vida que o Uruguai pode oferecer a sua gente, houvesse uma boa quantidade de consumos intelectuais. Não porque seja elegante, mas sim porque é prazeroso. Porque se desfruta com a mesma intensidade com a qual se pode desfrutar de um prato de talharim.

Não há uma lista obrigatória das coisas que nos tornam felizes! Alguns podem pensar que o mundo ideal é um lugar repleto de shopping centers. Nesse mundo, as pessoas são felizes porque todos podem sair cheios de sacolas com roupas novas e caixas de eletrodomésticos. Não tenho nada contra essa visão, só digo que ela não é a única possível.

Digo que também podemos pensar em um país onde a gente escolhe arrumar as coisas ao invés de jogá-las fora, onde se prefere um carro pequeno a um grande, onde decidimos nos agasalhar melhor ao invés de aumentar a calefação.

Esbanjar não é o que fazem as sociedades mais maduras. Vejam a Holanda e as cidades repletas de bicicletas. Aí as pessoas se deram conta de que o consumismo não é a escolha da verdadeira aristocracia da humanidade. É a escolha dos farsantes e dos frívolos.

Os holandeses andam de bicicleta, eles as usam para ir trabalhar, mas também para ir a concertos ou aos parques. Chegaram a um nível em que sua felicidade cotidiana se alimenta de consumos materiais como intelectuais.

De modo que, amigos, vão e contagiem todos com o prazer pelo conhecimento. Paralelamente, minha modesta contribuição será fazer com que os uruguaios andem de pedalada em pedalada.

Inconformismo
Eu lhes pedi antes que contagiem os outros com o olhar curioso sobre o mundo, que está no DNA do trabalho intelectual. E agora aumento o pedido e lhes rogo que contagiem também com o inconformismo. Estou convencido que este país necessita uma nova epidemia de inconformismo, como a que os intelectuais geraram décadas atrás.

No Uruguai, nós que estamos no espaço político da esquerda somos filhos ou sobrinhos daquele semanário Marcha, do grande Carlos Quijano. Aquela geração de intelectuais impôs-se a si mesma a tarefa de ser a consciência crítica da nação. Andavam com alfinetes na mão, estourando balões e desinflando mitos.

Sobretudo o mito do Uruguai multicampeão. Campeão da cultura, da educação, do desenvolvimento social e da democracia. Acabamos não sendo campeões de nada. Menos ainda nestes anos, nas décadas de 50 e 60, onde o único recorde que obtivemos foi ser o país da América Latina que menos cresceu em 20 anos. Só o Haiti nos superou neste ranking.

Esses intelectuais ajudaram a demolir aquele Uruguai da siesta conformista.

Com todos seus defeitos, preferimos esta etapa, onde estamos mais humildes e situados na real estatura que temos no mundo. Mas precisamos recuperar aquele inconformismo e colocá-lo embaixo da pele do Uruguai inteiro.

Antes eu dizia a vocês que a inteligência que serve a um país é a inteligência distribuída. Agora, digo que o inconformismo que serve a um país é o inconformismo distribuído. Aquele que invade a vida de todos os dias e nos empurra a perguntar-nos se o que estamos fazendo não pode ser feito melhor. O inconformismo está na própria natureza do trabalho de vocês. Precisamos que ele se torne uma segunda natureza de todos nós.

Uma cultura do inconformismo é aquela que não nos deixa parar até que consigamos mais quilos por hectare de trigo ou mais litros por vaca leiteira. Tudo, absolutamente tudo, pode ser feito de um modo um pouco melhor do que foi feito ontem. Desde arrumar a cama de um hotel até produzir um circuito integrado.

Necessitamos de uma epidemia de inconformismo. E isso também é cultural, também se irradia desde o centro intelectual da sociedade para sua periferia. É o inconformismo que fez com que pequenas sociedades ganhassem respeito sobre o que fazem. Aí estão os suíços, meia dúzia de gatos pintados como nós, que se dão o luxo de andar por aí vendendo qualidade suíça ou precisão suíça. Eu diria que o que vendem de verdade é inteligência e inconformismo suíços, que estão esparramados por toda a sociedade.

A educação é o caminho
Amigos, a ponte entre este hoje e este amanhã que queremos tem um nome e se chama educação. É uma ponte longa e difícil de cruzar. Porque uma coisa é a retórica da educação e outra coisa é nos decidirmos a fazer os sacrifícios necessários para lançar um grande esforço educativo e sustentá-lo no tempo. Os investimentos em educação são de rendimento lento, não iluminam nenhum governo, mobilizam resistências e obrigam o adiamento de outras demandas.

Mas é preciso seguir esse caminho. Devemos isso a nossos filhos e netos. E é preciso fazê-lo agora, quando ainda está fresco o milagre tecnológico da internet e se abrem oportunidades nunca antes vistas de acesso ao conhecimento.

Eu me criei com o rádio, vi nascer a televisão, depois a televisão a cores, depois as transmissões por satélite. Mais tarde, passaram a aparecer quarenta canais em minha TV, incluindo aí os que transmitiam direto dos Estados Unidos, Espanha e Itália. Depois vieram os celulares e os computadores que, no início, serviam apenas para processar números. Em cada um destes momentos, fiquei com a boca aberta. Mas agora com a internet se esgotou a minha capacidade de surpresa. Sinto-me como aqueles humanos que viram uma roda pela primeira vez. Ou que viram o fogo pela primeira vez.

Sentimos que nos tocou a sorte de viver um marco na história. Estão sendo abertas as portas de todas as bibliotecas e de todos os museus. Todas as revistas científicas e todos os livros do mundo vão estar a nossa disposição. E, provavelmente, todos os filmes e todas as músicas do mundo. É perturbador.

Por isso precisamos que todos os uruguaios e, sobretudo, todos os pequenos uruguaios saibam nadar nessa corrente. Precisamos subir essa corrente e navegar nela como um peixe na água. Conseguiremos isso se a matriz intelectual da qual falávamos antes estiver sólida. Se soubermos raciocinar em ordem e fazermos as perguntas que valem a pena.

É como uma corrida em duas vias: lá em cima no mundo o oceano de informação; aqui embaixo, nós, preparando-nos para a navegação transatlântica.

Escolas de tempo completo, faculdades no interior, ensino superior massificado. E, provavelmente, inglês desde o pré-escolar no ensino público. Porque o inglês não é idioma falado pelos ianques; é o idioma com o qual os chineses conversam com o mundo. Não podemos ficar de fora. Não podemos deixar nossas crianças de fora.

Essas são as ferramentas que nos habilitam a interagir com a explosão universal do conhecimento. Este mundo não simplifica a nossa vida: complica-a. Nos obriga a ir mais longe, a ir mais fundo na educação. Não há tarefa maior diante de nós.

O idealismo ao serviço do Estado
Queridos amigos, estamos em tempos eleitorais. Em benditos e malditos tempos eleitorais. Malditos, porque nos põe a brigar e a disputar corridas entre nós. Benditos, porque nos permitem a convivência civilizada. E mais uma vez benditos porque, com todas as suas imperfeições, nos fazem donos do nosso próprio destino. Aqui todos aprendemos que é preferível a pior democracia à melhor ditadura.

Nos tempos eleitorais, todos nos organizamos em grupos, frações e partidos, nos cercamos de técnicos e profissionais e desfilamos frente ao soberano. Há adrenalina e entusiasmo. Mas depois, alguém ganha e alguém perde. E isso não deveria ser um drama.

Com estes ou com aqueles, a democracia uruguaia seguirá seu caminho e irá encontrando as fórmulas rumo ao bem-estar. Seja qual for o lugar que nos toque, ali estaremos colocando a tarefa sobre os ombros. E estou seguro de que vocês também. A sociedade, o Estado e o Governo precisam de seus muitos talentos. E precisam mais ainda de sua atitude idealista. Nós que estamos aqui, entramos na política para servir, não para nos servir do Estado. A boa fé é a nossa única intransigência. Quase todo o resto é negociável. Muito obrigado por acompanharem-me."

Pepe Mujica